quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Crítica: "Capitão Fantástico"

Capitão Fantástico
(Captain Fantastic)
Data de Estreia no Brasil: 22/12/2016
Direção: Matt Ross
Distribuição: Bleecker Street Media


    Por mais decepcionante que o cinema mainstream esteja sendo neste ano de 2016, sempre há a esperança de assistir filmes excelentes e originais, basta ficar atento aos chamados indie movies. Filmes independentes são sim feitos pela mesma indústria e sistema responsável pela produção do restante dos filmes, não há como fugir disso. No entanto, a ausência de uma ligação com um grande estúdio e um orçamento reduzido conferem maior liberdade para que os produtores possam expor suas ideias sem a necessidade manifesta de pensar em questões de mercado. O Festival de Sundance tornou-se praticamente um oásis para estes produtores independentes, que levam seus filmes e os exibem esperando que uma produtora compre os direitos de exibição. Tal produtora tem o direito apenas de exibir o filme pronto, não reeditar ou modificar nada do material finalizado. É dessa maneira que estes filmes produzidos com baixíssimo orçamento conseguem atingir um público maior sem perder sua essência

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Crítica: "A Luz Entre Oceanos"

A Luz Entre Oceanos
(Light Between Oceans)
Drama/Romance
Data de Estreia no Brasil: 03/11/2016
Direção: Derek Cianfrance
Distribuição: Paris Filmes



É difícil saber por onde começar quando se trata de escrever sobre “A Luz Entre Oceanos”. É um filme bonito em seus aspectos técnicos mais básicos, porém pouco impactante. O longa dirigido por Derek Cianfrance tinha potencial para ser um sério candidato ao oscar (suas temáticas são um prato cheio para os membros da academia) ao mesmo tempo que também poderia ser um melodrama ridículo e aborrecido. Da forma com que foi construído, o filme traz, sim, a aura de um melodrama vencedor do oscar de melhor filme, mas sempre de forma tão pouco provocativa e que parece ter tão pouco a dizer que paradoxalmente, embora se desenvolva de forma lenta, possui um desfecho atropelado e repentino.

domingo, 23 de outubro de 2016

Análise: "O Senhor Dos Anéis" (Parte 1/2)


Crítica: "A Garota no Trem"

A Garota no Trem
(The Girl on the Train)
Suspense/Mistério
Data de Estreia no Brasil: 27/10/2016
Direção: Tate Taylor
Distribuição: Universal Pictures



         É difícil sair da sessão de “A Garota no Trem” sem pensar que o longa representa uma excelente construção psicológica de seus personagens, com momentos de rimas temáticas e interação destes que despertam a curiosidade do espectador. Porém, também é difícil sair da sala de projeção sem pensar que a lentidão do filme em sua construção narrativa (de “grandes revelações”), apesar de se mostrar até que consistente em proposta, acaba sendo uma experiência desgastante pro público que espera por duas horas ser surpreendido, mas que consegue antecipar todos os passos dos indivíduos presentes na narrativa – e levando em consideração que estamos falando de um suspense/mistério é ainda mais alarmante que o resultado beire muitas vezes o tedioso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Crítica: "O Contador"

O Contador
(The Accountant)
Ação
Data de Estreia no Brasil: 20/10/2016
Direção: Gavin O'Connor
Distribuição: Warner Bros.


“O Contador” é uma bobagem divertida e funcional, mas ainda assim uma bobagem. Traçando caminhos narrativos irritantes que apostam em informações dadas de forma expositiva e reviravoltas implausíveis, este novo longa dirigido por Gavin O’Connor enaltece suas qualidades quando não se leva a sério, mas se auto sabota por completo em seu terceiro ato com revelações que quando não são óbvias soam irritantemente absurdas – e falo isto de um filme que em boa parte de sua duração aposta no mesmo absurdo só que de uma forma descompromissada que se torna divertida, o que nos deixa a ligeira impressão de um potencial desperdiçado.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Crítica: "Kubo e as Cordas Mágicas"

Kubo e as Cordas Mágicas
(Kubo and the Two Strings)
Data de Estreia no Brasil: 13/10/2016
Direção: Travis Knight
Distribuição: Focus Features


         Chegando perto do fim do ano já estamos em um momento seguro para começar a arriscar palpites para o Oscar 2017. Pelas excelentes críticas que recebeu em território estadunidense, "Kubo e as Cordas Mágicas" certamente já entra como forte concorrente na disputa pela estatueta de melhor filme animado. E o faz com justiça, pois é certamente a melhor animação que assisti no ano (até agora). O filme acompanha a épica jornada de Kubo, um menino que mora com sua mãe no topo de uma montanha, próximo a um vilarejo. Logo no início do filme, uma série de eventos levam Kubo a partir em uma jornada em busca de uma espada, uma armadura e um elmo. Estes objetos foram antes procurados por seu pai, um lendário samurai, numa busca que de certa forma desencadeou todos os eventos narrados no filme.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crítica: "Inferno"

Inferno
Ação/Mistério
Data de Estreia no Brasil: 13/10/2016
Direção: Ron Howard
Distribuição: Sony Pictures



         “Inferno” sabe retratar bem o estilo de escrita, forma e conteúdo, de Dan Brown.
Desculpe começar o texto com tamanho insulto, mas ele precisava sair do meu sistema desde que saí da sessão deste novo longa dirigido por Ron Howard e estrelado por Tom Hanks. A verdade é que este “Inferno” (perdoe o trocadilho) não só é uma obra medíocre e maniqueísta do ponto de vista narrativo, como ainda é completamente vazia, sendo o pior exemplar desta trilogia baseada na série de livros de Brown - e estamos falando de outros dois filmes que ficam no nível do “Bom” no máximo. “Inferno” ao menos nos faz refletir sobre a nossa vida, já que com o preço dos ingressos de cinemas e suas longas duas horas de duração, ao fim da projeção repensamos como gastamos nosso tempo de dinheiro.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crítica: "Luke Cage"

Luke Cage
Data de lançamento: 30/09/2016
Distribuição e disponibilidade: Netflix
Produção: Cheo Hodari Coker


       Terceiro fruto da recente parceria entre Marvel e Netflix (os outros dois são "Jessica Jones" e "Demolidor"), "Luke Cage" segue, em muitos sentidos, o altíssimo padrão estabelecido por estas produções. Por outro lado, é capaz de criar algo absolutamente único. O segredo do imenso sucesso dessas séries está em saber utilizar a maior duração propiciada por seu formato de exibição para captar e explorar a essência de seus personagens principais, fazendo das séries verdadeiros estudos de personagem. Foi assim com as complexas discussões sobre justiça e vingança envolvendo o advogado Matt Murdock e a clara alusão ao abuso por parte de Killgrave em "Jessica Jones". "Luke Cage" não é diferente.

Crítica: "Demônio de Neon"

Demônio de Neon
(The Neon Demon)
Terror(?)/Suspense(?)/Nada(?)
Data de Estreia no Brasil: 29/09/2016
Direção: Nicolas Winding Refn
Distribuição: California Filmes



         Nicolas Winding Refn é um pornógrafo! Criando filmes que visam apenas provocar o espectador (aparentemente, o excepcional “Drive” foi um exemplo mais controlado disso) o cineasta de origem dinamarquesa é sem dúvida alguma um dos diretores mais talentosos esteticamente na atualidade, criando composições e lógicas visuais impressionantes - a partir de milhares de técnicas narrativas -, mas que sempre possuem um toque exibicionista e exagerado ao tratar de maneira gráfica e fetichizada tudo o que envolve sexo e violência – Inclusive, a afirmação a qual abri meu texto é do próprio Refn. Assim, após defender o dinamarquês por seus quatro últimos filmes (sim, aprecio até mesmo o tão criticado “Apenas Deus Perdoa”) me vejo na obrigação de afirmar que sua auto-indulgência chegou a seu ápice, ultrapassando qualquer limite do aceitável com este “Demônio de Neon”, que consegue ser uma obra impactante em seus aspectos técnicos, mas completamente vazia (e por vezes reprovável) em seu conteúdo.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Não viu? Eu recomendo! - "Senna"

Senna
(Senna - Beyond the Speed of Sound)
Direção: Asif Kapadia
Disponibilidade: Netflix/Online/Dowload


Por: Han Solo


“Senna, O Brasileiro, O Herói, O Campeão” é uma obra que sabe expor toda a complexidade de seu personagem biografado, se mostrando um thriller emocionante e intenso que conta a história de um jovem e talentoso piloto que infelizmente perdeu sua vida de forma precoce, fazendo justamente aquilo que mais amava no auge de sua carreira. Este longa de Asif Kapadia perpassa por todos os âmbitos de uma excelente obra cinematográfica de ficção, com apresentação de personagens, divisão clara de atos, com direito a clímax (conduzido por uma montagem lancinante) e ainda um antagonista que gera antipatia ao público, ainda que não seja uma figura plana.

sábado, 1 de outubro de 2016

Crítica: "Horizonte Profundo: Desastre no Golfo"

Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
(Deepwater Horizon)
Data de Estreia no Brasil: 10/11/2016
Direção: Peter Berg
Distribuição: Paris FIlmes


       Hollywood adora uma tragédia. Os chamados "filmes de desastre" tem praticamente um gênero só seu dentro da indústria do cinema e costumam fazer muito sucesso com o público. O lado positivo dessa ampla produção é que há uma gama muito variada de filmes que exploram a temática, indo desde desastres apocalípticos (como por exemplo "O Dia Depois de Amanhã" (2004)) até representações de acontecimentos reais. "Horizonte Profundo" se encaixa neste último grupo, mostrando a perspectiva do engenheiro Mike Williams sobre as últimas horas que antecederam o maior acidente já registrado em uma petrolífera, a explosão da Deepwater Horizon no mar do Golfo em abril de 2010, responsável por causar um gigantesco derramamento de petróleo e um dos maiores desastres ecológicos recentes.